As coisas da memória

O renque de árvores, nas traseiras do prédio,

não despiu ainda a folhagem.

Mas vão amarelecendo uma a uma as folhas.

Mas cairão, lenta e suavemente, um dia após outro dia.


Assim também é com as coisas da memória.

Primeiro enfraquece, depois vai amarelecendo,

depois, um dia, lenta e suavemente, se desprende sem mais lembrança.


Pois é, fica a árvore despida.

Tão despida como quando amanhece a vida,

antes do florescer de uma primavera,

Saudade anterior de uma espera.





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Catedral de Luz

É de Paz este momento fugaz do mais límpido amanhecer. Sonho de viver.